terça-feira, 13 de dezembro de 2016

TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

1 TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO


Esta abordagem tem ênfase nas tarefas operacionais da empresa: como tudo é feito, de que forma, em quanto tempo e que diferentes resultados são obtidos. Partindo desta ênfase nas tarefas, o pensamento administrativo evoluiu, também com ênfase: na estrutura, nas pessoas, no ambiente, na tecnologia e na competitividade. Em cada uma das abordagens destacaremos teorias relacionadas a cada uma delas. É fundamental compreendê-las, e você perceberá que estão presentes no cotidiano das organizações.

2 ABORDAGEM ESTRUTURALISTA


A abordagem estruturalista tem seu desdobramento na teoria da burocracia e na teoria estruturalista, partindo da abordagem nas tarefas. Lá também estudamos sobre a teoria clássica. Além da teoria clássica, alguns autores falam de teoria neoclássica.

A teoria neoclássica é como se fosse uma atualização da teoria clássica, reunindo a contribuição de outros autores neste período e considerando o tamanho das organizações, com seus problemas administrativos atuais – enfatiza resultados e objetivos. Também trata a administração como uma técnica social, onde será necessário saber dirigir as pessoas, além dos aspectos técnicos.

As funções administrativas são: planejamento, organização, direção e controle; são enfatizadas pela teoria neoclássica, formando o processo administração. As teorias clássica e neoclássica originaram: a organização formal, os princípios gerais da administração e as funções do administrador.


A teoria da burocracia na administração surgiu a partir das obras de Max Weber (1864- 1920) – economista e sociólogo alemão. Autores se basearam nas obras de Weber para constituir uma teoria da organização sólida, aprimorando o mecanicismo da teoria clássica e o romantismo da teoria das relações humanas, que será abordado a seguir.

Segundo Chiavaneto (2003, p. 258), “a burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível ao alcance destes objetivos”.

Na teoria da burocracia é reforçada a autoridade. Segundo Etzioni (apud WEBER 1965, p. 17), “autoridade significa a probabilidade de que um comando ou ordem específica seja obedecido. Esta autoridade se distingue nos diferentes tipos de sociedade”.

Para a grande maioria das pessoas, a palavra burocracia está associada ao apego das pessoas a normas, regulamentos e rotinas – que impedem soluções rápidas ou eficientes, mas para Max Weber, a burocracia tem as seguintes características:

  • Caráter legal das normas e regulamentos escritos que determinam o funcionamento de toda a organização, estabelecendo sua própria legislação. Escrever as normas e regulamentos é um trabalho exaustivo, por abranger a organização como um todo, tendo que prever o máximo de situações que possam ocorrer, tornando-a uma estrutura social legalmente organizada.
  • Caráter formal das comunicações, obrigando a escrita das regras, decisões e ações administrativas. O registro de todas as ações visa assegurar a interpretação exata das comunicações, onde a organização torna-se uma estrutura formalmente organizada.
  • Caráter racional e divisão do trabalho e do poder, estabelecendo as atribuições de cada participante para a eficiência da organização. Cada pessoa tem um cargo, função específica, sabendo das suas tarefas, responsabilidades e capacidade de comando sobre os demais.
  •  Impessoalidade nas relações humanas, pois a distribuição das atividades é feita em termos de cargos e funções – não de pessoas envolvidas. O poder das pessoas deriva do cargo que ocupa, onde a burocracia precisa garantir a continuidade da organização no longo prazo; pois as pessoas vão e vêm – a burocracia é uma estrutura impessoalmente organizada.
  • Hierarquia de autoridade, onde cada cargo inferior está sob a supervisão e controle de um posto superior, e esta estrutura hierárquica encerra privilégios e obrigações. Aqui, a burocracia é uma estrutura hierarquicamente organizada.
  • Rotinas e procedimentos padronizados estabelecem regras e normas técnicas para o desempenho de cada cargo – impondo a ação de cada funcionário. A partir destes padrões de desempenho estabelecidos e esperados, facilita a avaliação de desempenho de cada um.
  • Competência técnica e os méritos vão definir a: seleção, admissão, transferência e a promoção das pessoas; e não as preferências pessoais.
  • Especialização da administração faz com que os donos, acionistas ou proprietários da organização não estejam diretamente ligados à administração. A administração deve ser altamente especializada e profissionalizada, onde o burocrata muitas vezes é contratado, sem o direito de comprar ou vender a propriedade, mas com o dever de administrá-la.
  • Profissionalização dos participantes, pois: é um especialista, assalariado, ocupante de cargo, nomeado pelo superior hierárquico, seu mandato é por tempo indeterminado, segue carreira dentro da organização, não possui a posse dos meios de produção e administração, é fiel ao cargo e identifica-se com os objetivos da empresa, e este administrador profissional tende a controlar cada vez mais as burocracias.
  • Completa previsibilidade do funcionamento, pois todas as ações das pessoas foram escritas com o objetivo de obter a máxima eficiência da organização. Tudo está previsto, segundo a teoria da burocracia.


FIGURA 8 – AS CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA SEGUNDO WEBER
FONTE: Chiavenato (2003, p. 266)

A burocracia, segundo Weber, apresenta as vantagens: racionalidade, precisão na definição do cargo e na operação, rapidez nas decisões, univocidade de interpretação, uniformidade de rotinas e procedimentos, continuidade da organização, redução do atrito entre as pessoas, constância, confiabilidade e benefícios. Também não é perfeita a teoria da burocracia e Weber percebeu a sua fragilidade entre as pressões externas para o burocrata seguir normas diferentes, com o enfraquecimento gradativo do compromisso dos subordinados em relação às regras e normas. A figura a seguir sintetiza este dilema:

FIGURA 9 – AS CARACTERÍSTICAS E AS DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA
FONTE: Chiavenato (2003, p. 269)

A burocracia objetiva a maior eficiência da organização, mas na exigência de controle, se as consequências não forem previstas, caímos nas disfunções e encontramos a ineficiência. O modelo da figura a seguir traz esta ilustração:

FIGURA 10 – O MODELO BUROCRÁTICO DE WEBER
FONTE: Chiavenato (2003, p. 271)

Numa apreciação crítica do modelo da teoria da burocracia é preciso buscar um equilíbrio entre uma escassez da burocratização – onde encontramos a desordem; e o excesso da burocratização – que trará extrema rigidez. O equilíbrio e os graus da burocratização podem ser vistos na figura a seguir.

FIGURA 11 – OS GRAUS DA BUROCRATIZAÇÃO
FONTE: Chiavenato (2003, p. 277)

A burocracia talvez é uma das melhoras alternativas de organização tentadas no decorrer do século XX. A teoria da burocracia fez surgir: a organização formal burocrática e a racionalidade organizacional.


A teoria estruturalista surge em meados da década de 1950, originando-se: da oposição surgida entre a teoria clássica (formal) e a teoria das relações humanas (informal), da necessidade de visualizar a organização como uma unidade social, da influência do estruturalismo nas ciências sociais, e do novo conceito de estrutura. Predominou na Europa o movimento estruturalista, com o intuito de obter a interdisciplinariedade das ciências. Do grego struo, estrutura significa ordenar a composição dos elementos do todo em que fazem parte.

O conceito de estrutura significa a análise interna de uma totalidade em seus elementos constitutivos, sua disposição, suas inter-relações, etc., permitindo uma comparação, pois pode ser aplicado a coisas diferentes entre si. Além do aspecto totalizante, o estruturalismo é fundamentalmente comparativo (CHIAVENATO, 2003, p. 289).
Assim, o estruturalismo volta-se para o todo e para o relacionamento das partes nesta constituição do todo. O estruturalismo tem como características de totalidade, interdependência das partes e, principalmente, o fato de que o todo é maior que a simples soma das partes.

Grandes personagens da administração representam a teoria estruturalista, onde destacamos: James D. Thompson, Victor A. Thompson, Amitai Etzioni, Peter M. Blau, David Sills, Burton Clarke e Jean Viet.
Numa análise das organizações, segundo Chiavenato (2003), temos uma abordagem múltipla: organização formal e informal, recompensas materiais e sociais, os diferentes enfoques da organização, os níveis da organização, a diversidade de organizações e a análise interorganizacional.

Nestas abordagens múltiplas temos diferentes tipos de organizações, que exercem formas de poder, com formas de controle; onde estes sistemas psicossociais são enfatizados pela tipologia de Etzioni, sintetizada na figura a seguir:

QUADRO 10 – TIPOLOGIA DE ETZIONI
Tipos
de
organizações
Tipos
de
Poder
Controle
utilizado
Ingresso
e
permanência dos participantes por meio de:
Envolvimento
pessoal dos
participantes.
Exemplo.s
Coercitivas Coercitivo Prêmios e
punições
Coação,
imposição, força,ameaça, medo.
Alternativo, com base no temor Prisões e
penitenciárias.
Normativas Normativo Moral e
ético
Convicção, fé, crença,
ideologia.
Moral e
motivacional
como
autoexpressão.
Igrejas,
hospitais e
universidades.
Utilitárias Remunerativo Incentivos
econômicos
Interesse,
vantagem
percebida
Calculativo.
Busca de
vantagens.
Empresas em
geral.
FONTE: Chiavenato (2003, p. 299)

Blau e Scott são autores que classificam as organizações conforme seus beneficiários. A figura a seguir resume a sua tipologia:

QUADRO 11 – TIPOLOGIA DE BLAU E SCOTT
Beneficiário
Principal
Tipo
de Organização
Exemplos
Os próprios membros da
organização
Associação de beneficiários
mútuos
Associações profissionais,
cooperativas, sindicatos, fundos
mútuos, consórcios etc.
Os proprietários ou acionistas
da organização
Organizações de interesses
comerciais
Sociedades anônimas ou
empresas familiares.
Os clientes Organizações de serviços Hospitais, universidades,
organizações religiosas e
agências sociais, organizações
filantrópicas
O público em geral Organizações de Estado Organização militar, segurança
pública, correios, saneamento
básico, organização judicial e
penal.
FONTE: Adaptado de Chiavenato (2003, p. 300)

As organizações devem buscar condições eficientes para que seus objetivos se transformem em realidade. Desta forma, Etzioni refere-se a dois modelos de organizações:

sobrevivência e eficiência. Nos modelos de sobrevivência as organizações desenvolvem objetivos que permitam simplesmente a sua continuidade; já nos modelos de eficiência as organizações têm seus objetivos dentro de padrões que permitam a competitividade em crescente excelência.

Quanto ao ambiente organizacional, nenhuma organização é autossuficiente por si só, sem qualquer envolvimento com a sociedade em geral para sobreviver; desta forma, há uma interdependência das organizações com a sociedade, fazendo com que integrem o conjunto organizacional. Neste conjunto organizacional, as organizações desempenham diferentes papéis.

Na abordagem estruturalista há estratégia de competição ou cooperação. Na competição, o ambiente controla uma parte dos objetivos, onde nasce a disputa devido à rivalidade pelos mesmos recursos e envolve uma interação direta entre as partes rivais. Já as estratégias de cooperação requerem a interação direta entre as organizações do ambiente por ajuste, cooptação e coalizão.

A teoria estruturalista apresenta alguns conflitos entre a autoridade do especialista, na medida em que aumenta o conhecimento em relação à hierarquia da autoridade administrativa. Do ponto de vista de como se organiza o conhecimento, Etzioni (1965) sugere três tipos de organizações: especializadas, não especializadas e de serviços; onde em cada um deles ocorrem os conflitos entre os administradores e os especialistas.

Blau e Scott apontam três dilemas básicos na organização formal: dilema entre coordenação e comunicação livre, dilema entre disciplina burocrática e especialização profissional e, ainda, o dilema entre necessidade de planejamento centralizado e necessidade de iniciativa individual.

Na fase da teoria estruturalista, iniciam os estudos a respeito do ambiente num conceito de que as organizações são sistemas abertos em constante interação com o seu contexto externo. Todavia, existem dilemas e conflitos organizacionais que conduzem a organização à inovação e à mudança. Esta teoria, com seus aspectos positivos e suas restrições e limitações, é uma teoria de transição à teoria de sistemas








Um comentário:

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